Protect me from what i want

.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Quem diria: vida nova.

Parece fácil. Acho que vou conseguir numa boa: primeiro eu procuro um trabalho, depois eu dou um jeito de voltar pra faculdade, se tudo sair acima da média quem sabe eu consiga um carro, talvez um apartamento só meu e se sobrar tempo, amor.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

2011. Ano Novo.




E minhas questões pessoais continuam tão fodidas e lamentáveis quanto estavam em anos anteriores. A única diferença foi passar os últimos dez dias sozinhos, bebendo feito um psicopata, tentando impedir o sentimento de frustração e impotência que insistia em bater em minha porta. E segui, tentando causar o maior estrago possível em tudo e todo que passavam por mim. Nada tinha o menor interesse. As pessoas eram vazias, limitadas, medrosas e se repetiam. O pensamento de ter que conviver com essas pessoas me corroia. As garotas pareciam legais a certa distância. O sol resplandecia e bronzeava seus corpos, mas vá se aproximar e ouvir suas lorotas-e-blá-blá-blás que você vai ter vontade de cavar um buraco na areia e enfiar a cabeça lá. A solidão parece mais amena toda vez que situações assim cruzam minha rotina.

Talvez eu precise de algo novo, que me arrebate que me faça sentir o sangue correr nas veias. A gente só vive uma vez. O inferno é a repetição.

Acendi um cigarro e segui andando pela orla, vendo o mar, com os pés na areia. Será que eu era a única pessoa que perdia tempo pensando nesse futuro mais incerto que os números da mega-sena da virada?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Tenho escrito menos


E vivido um pouco mais.

Meus dias tem parecido com o clima Belo Horizontino.

Quentes, corridos e preguiçosos.

Mas sempre com tempestades de verão e aquela cerveja gelada no fim do dia.

Vou ali viver.


Foto: Guilherme Andrade (http://www.flickr.com/photos/guilhermeandradee)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ausência


Tenho andado de coração leve.

Um pouco cansado.

Às vezes impaciente.

Só que agora é diferente.

Tenho andado tranqüilo.

Tenho andado contente.


Foto do Guilherme Vilela: http://www.flickr.com/photos/suddenexplosions

domingo, 26 de setembro de 2010

sobretudo agora

Às vezes, principalmente nos domingos, sobretudo agora, plena primavera, chuva fraca, vento fresco, me surpreendo melancólico nessas noites, com o cigarro na mão trêmula, com vontade de chorar. Coloco uma música triste. Choro quando consigo. Solidão. Não tenho pena de mim, não acho que deva ter, mas nessas noites sinto falta do amor.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tudo Igual


Sigo na rodovia, 60 km por hora, bem devagar, pista vazia, uma neblina suave e um nascer do sol que parece ser só meu. São quase seis horas da manhã, Into my arms do Nick Cave toca baixo. Um gole é válido, desce macio e reanima .

Estradinha de terra, finalmente a natureza e o cheiro da grama. Enfim conheço o outro lado disso tudo. Por incrível que pareça, mergulho na água gelada da cachoeira, e fico um bom tempo debaixo da cascata, lavando a alma, espantando demônios.

A água parece cantar algo que sei a letra, e um cheiro doce toma conta do ar. Algo dentro de mim não cabe mais em meu corpo e sinto uma angústia ao pensar no apaixonado que dormiu um ano sobre o túmulo de sua amada.

Durmo um pouco na grama, volto pro carro, outro gole. Tanto faz pra onde ir, tudo está dentro de mim e não há como fugir. Queria seguir por aí, mas volto pra casa. Apago todas as luzes e sento na varanda, um trago no Marlboro, Nick Cave cantando, olhar perdido. Resolvo dormir, pra esquecer e acordar sem pensar em nada, fingir que tudo passou.

Trabalho, página virada, nada aconteceu, mas não adianta. Em outra noite qualquer acordo assustado e não é você que está aqui. Tudo continua igual, não vai mudar.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Na porta do buteco

Cerveja e cigarro na porta do buteco vagabundo: papo-furado, sol ameno, sinuca, futebol na TV.
E um vazio que não passa.