Protect me from what i want

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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Tenho escrito menos


E vivido um pouco mais.

Meus dias tem parecido com o clima Belo Horizontino.

Quentes, corridos e preguiçosos.

Mas sempre com tempestades de verão e aquela cerveja gelada no fim do dia.

Vou ali viver.


Foto: Guilherme Andrade (http://www.flickr.com/photos/guilhermeandradee)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ausência


Tenho andado de coração leve.

Um pouco cansado.

Às vezes impaciente.

Só que agora é diferente.

Tenho andado tranqüilo.

Tenho andado contente.


Foto do Guilherme Vilela: http://www.flickr.com/photos/suddenexplosions

domingo, 26 de setembro de 2010

sobretudo agora

Às vezes, principalmente nos domingos, sobretudo agora, plena primavera, chuva fraca, vento fresco, me surpreendo melancólico nessas noites, com o cigarro na mão trêmula, com vontade de chorar. Coloco uma música triste. Choro quando consigo. Solidão. Não tenho pena de mim, não acho que deva ter, mas nessas noites sinto falta do amor.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tudo Igual


Sigo na rodovia, 60 km por hora, bem devagar, pista vazia, uma neblina suave e um nascer do sol que parece ser só meu. São quase seis horas da manhã, Into my arms do Nick Cave toca baixo. Um gole é válido, desce macio e reanima .

Estradinha de terra, finalmente a natureza e o cheiro da grama. Enfim conheço o outro lado disso tudo. Por incrível que pareça, mergulho na água gelada da cachoeira, e fico um bom tempo debaixo da cascata, lavando a alma, espantando demônios.

A água parece cantar algo que sei a letra, e um cheiro doce toma conta do ar. Algo dentro de mim não cabe mais em meu corpo e sinto uma angústia ao pensar no apaixonado que dormiu um ano sobre o túmulo de sua amada.

Durmo um pouco na grama, volto pro carro, outro gole. Tanto faz pra onde ir, tudo está dentro de mim e não há como fugir. Queria seguir por aí, mas volto pra casa. Apago todas as luzes e sento na varanda, um trago no Marlboro, Nick Cave cantando, olhar perdido. Resolvo dormir, pra esquecer e acordar sem pensar em nada, fingir que tudo passou.

Trabalho, página virada, nada aconteceu, mas não adianta. Em outra noite qualquer acordo assustado e não é você que está aqui. Tudo continua igual, não vai mudar.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Na porta do buteco

Cerveja e cigarro na porta do buteco vagabundo: papo-furado, sol ameno, sinuca, futebol na TV.
E um vazio que não passa.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Disse

Chegou ao ponto de dizer que tem um apreço imenso? É. Disse que te quer bem, disse relacionamento, termino, afeto, carinho, consideração e toda essa porra educadinha que as pessoas dizem pra disfarçar a indiferença quando o coração delas ficou completamente gelado.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Carta de maluco pra maluco




São tudo histórias, meu amigo. Eu escolhi ser jornalista, um contador de histórias, e meu meio de transmiti-las são as palavras. A história está sendo contada, cada um a transforma em outra, na história que bem entender . Escolha entre todas as histórias a que seu nariz mandar, a que faz seu coração acelerar e persiga essa história, não importa onde ela vá.Você meu amigo, escolheu a música, acordes e melodias pra contar a sua e mesmo que ninguém compreenda, encare sua história como uma boa luta, agarre-a com unhas e dentes. Encare-a como única que vale a pena e que traz brilho aos teus olhos. Porque essa é a única que vale a pena. Somente a que te traz sensações e que causa sensações nos outros. Porque seguir uma história, que não seja a que faz bem, que te dá um frio na barriga, que faz com que você se sinta em paz é um engano meu amigo, é perdição.

Foi um prazer imenso dividir minha rotina, e minha vida com você. Momentos únicos, entre noites psicodélicas, flores amarelas, passeios na grama e muitos copos de cerveja, que criaram em mim esse carinho, e essa amizade tão grande em tão pouco tempo. É com pesar que lhe dou um 'tchau', mas sei que é somente tchau pra nossa rotina corriqueira, e que nossos caminhos ainda vão se cruzar muito nas esquinas dessa vida louca.
Boa sorte meu amigo!
Força Sempre,

Eduardo Gomes

terça-feira, 13 de julho de 2010

Fuga


Tenho andado muito de ônibus por Belo Horizonte. Sempre sento na janela e fico olhando as pessoas: é angustiante. Nunca vi rostos tão amargos. Pobres, vazios, sem vida. Dói. Realmente dói ficar olhando. E não, não há nada que se possa fazer. Tenho planos inconseqüentes de fugir de BH por uns dias essa semana. Preciso respirar. Belo Horizonte espanca na rotina, rouba tua energia e não repõe.

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"Solidão é assim, a gente tenta dividir mas nunca consegue (...)"


Nenê Altro

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Escrevo (ponto)

Papel e caneta.
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
E o amor é um cão dos diabos.
Eu daria qualquer coisa por um corpo pra abraçar com os joelhos essa noite.
Enquanto isso a cidade dorme e eu anseio.
Se anseio escrevo.
Apenas escrevo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

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Fui me arrastando. Não tive escolha, se seguia em frente, se desistia, se me arriscava, direita ou esquerda? Tenho a ligeira impressão que a vida simplesmente foi acontecendo e não tenho certeza, nada absoluto quando olho a minha volta e penso se realmente quero estar aqui. Só sei que dentro de mim tem algo palpitando, pronto, esperando pra acontecer. O grande problema é que essa coisa talvez dependa de uma outra pessoa pra começar a acontecer.