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terça-feira, 22 de março de 2011

O novo (de novo)

Outro ambiente. Ar novo. Rotina nova. No mesmo lugar. No entanto, a poeira se acumula naqueles cantos da alma que todo mundo tem medo de mexer. Medo de olhar para o espelho e não encontrar o velho sorriso amarelo ali. Nunca lidei bem com mudanças. Não deixo transparecer, pelo menos não a vista, deixo a poeira acumular nesses cantos que não chamam a atenção de olhos desatentos. Então eu volto. Mesmo ponto de partida. O estado inicial das coisas. O jogo recomeça. Jogo fora de casa, estádio torcendo contra lotado e um camisa 9 que depois de muita pancada perdeu um pouco do seu brilho e não tem muita motivação pra virar essa partida. Isso se chama vida. Ela estapeia nossas caras sem o menor pudor e nos mostra que somos os mesmos adolescentes cheios de dúvidas e nervosismos disputando a final dos jogos do colégio. A diferença é que não somos mais os adolescentes no colégio. A vida não é uma partida de futebol e nossas cabeças ainda tem muito espaço livre para questionamentos e dúvidas cada vez mais complexos como a noção do que é certo . Essa noção parece bem clara, mas cada vez que me deparo com o certo meu nariz aponta para o desconhecido.

Não vou falar que não gosto, mas demorou um tempo pr’eu aceitar isso. Não vou sair dizendo por aí que é ou foi simples. Mas que diabos é simples quando se tem vinte-e-poucos-anos?

Eu me sinto velho demais pra jogar tudo pro alto e correr pro mais longe possível. Velho demais pra fugir daqui. Só que em seguida me sinto jovem demais pra dar um passo a mais sozinho, sem olhar pra trás.

Então o que me resta é fechar os olhos e caminhar até cair outra vez. Parece tão real esse pesadelo de sentir estar perdido pra sempre.

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